Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003
Art. 1º A lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A 79-A e 79-B:
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008
Art. 1º O art. 26-A da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa vigorar a seguinte redação:
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena.
Com a obrigatoriedade de inclusão desses temas no currículo escolar, torna-se necessário a busca de alternativas para desenvolvê-los nas salas de aula. Uma delas é dar um mergulho na cultura africana e indígena, e vivenciar todo o desenvolvimento dos tradicionais jogos (de tabuleiro ou não) desses povos. Eles irão possibilitar à escola, ao professor e ao aluno trabalhar com o lúdico, a construção do conhecimento, o raciocínio lógico, a diversidade cultural e social.
A proposta desta atividade é que as escolas tomem como referência os objetivos expressos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena e, desta maneira utilizem os jogos para criarem espaços, tempo e recursos que:
- incorporem à prática cotidiana elementos da cultura africana e indígena, criando assim condições para o exercício da diversidade e do pluralismo cultural;
- evidenciem a contribuição da cultura africana e indígena para o desenvolvimento de aprendizagens nas dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais;
- estimulem a vivência de valores civilizatórios afro-brasileiros e indígenas;
- contribuam para o desenvolvimento das inteligências múltiplas;
- coloquem o aluno em contato com a história e a cultura africana e indígena de épocas anteriores à modernidade;
- fortaleçam a construção do processo identitário dos alunos, em especial dos afro-brasileiros e descendentes indígenas;
Assim, os jogos serão utilizados como uma estratégia de ensino e aprendizagem que, segundo Hernández, dará resposta à diversidade, não só intelectual, como se costuma ser no enfoque tradicional, mas, principalmente, à diversidade social e cultural dos alunos.
Yoté e Borboleta de Moçambique, jogos da cultura africana
O Yoté é muito popular em toda a região oeste da África, particularmente no Senegal, onde os jogadores e os espectadores fazem apostas. Em alguns países africanos, os jogos de estratégia como o yoté e a mankala estão ligados às tradições. As táticas de jogo são verdadeiros segredos de família passados de geração em geração. Iniciam-se as crianças ao conhecimento de jogo quando estas se mostram aptos ao raciocínio estratégico. Em algumas tribos, este jogo é reservado exclusivamente aos homens, e às vezes, é usado para resolver conflitos entre eles.
É um jogo de confronto estratégico para dois jogadores, usa-se um tabuleiro com doze peças escuras e doze peças claras. O objetivo do jogo é capturar ou bloquear todas as peças do adversário.
Como jogar?
- Cada jogador escolhe uma cor e coloca sua reserva de peças fora do tabuleiro.
- Os jogadores determinam quem começa.
- Cada jogador, na sua vez, pode colocar uma peça em uma casa vazia a sua escolha, ou mover uma peça já colocada no tabuleiro.
- As peças se movimentam de uma casa em direção a uma casa vazia ao lado, no sentido horizontal ou vertical, mas nunca na diagonal.
- A captura ocorre quando uma peça pula por cima da peça do adversário, como no jogo de Damas. A peça que captura deve sair da casa adjacente à peça capturada e chegar, em linha reta, na outra casa adjacente que deve se encontrar vazia.
- Além de retirar a peça capturada, o jogador retira mais uma peça do adversário de sua livre escolha. Assim para cada captura, o jogador exclui um total de duas peças do adversário.
- A captura não é obrigatória.
- A captura não é obrigatória.
- Caso um jogador sofra a captura de uma peça e não possua outras sobre o tabuleiro, seu adversário não poderá reivindicar a outra peça a qual teria direito.
- Um jogador pode capturar várias peças do adversário com a mesma peça, até que não haja mais condições de pular.
- Durante a captura múltipla é obrigatório, depois de cada captura, retirar a segunda peça antes de prosseguir com outras capturas.
- É permitido retirar uma peça que lhe dê condição de continuar capturando outras peças. Por exemplo, na figura abaixo, o jogador das peças claras efetua uma captura e retira uma peça escura que lhe abre o caminho para fazer mais uma captura com a mesma peça, resultando na captura de quatro peças.
- O jogo termina quando um dos jogadores ficar sem peças ou com as peças bloqueadas.
- Quando os jogadores concordam que não há mais nenhuma captura possível, vence aquele que capturou mais peças.
- Se ambos os jogadores ficarem com três ou menos peças no tabuleiro, e não seja mais possível efetuar capturas, o jogo termina empatado.
Borboleta de Moçambique
O jogo é chamado Borboleta em Moçambique, provavelmente por causa da forma do tabuleiro. Na Índia e em Blangadesh, as crianças chamam o mesmo jogo de Lau Kata Kati.Material: 9 tampinhas para cada jogador, de duas cores diferentes.
Como jogar:
- Para começar, coloque as 18 peças no tabuleiro como mostra o diagrama, deixando vazio somente o ponto central.
- Um jogador de cada vez movimenta uma de suas peças em linha reta até o ponto vazio adjacente.
- O jogador também pode saltar por cima e capturar uma peça do adversário se o espaço seguinte, em linha reta, estiver livre. O jogador pode continuar saltando com a mesma peça, capturando outras enquanto for possível.
- O jogador que deixa de saltar perde a peça para o adversário. Se um jogador tiver a opção de mais de um salto, poderá escolher o salto a fazer.
-O jogador que capturar todas as peças do adversário é o vencedor.
Quer saber mais, leia:
HERNÁNDEZ, Fernando. Aprendendo com as Inovações nas Escolas. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MEC – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD, 2006.
ZASLAVSKY, Claudia. Jogos e Atividades Matemáticas do Mundo Inteiro. Porto Alegre: Artmed, 2000
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